quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

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     As quartas e as quintas feiras não são os meus dias favoritos da semana. Não foi simpático da parte do governo marcar o início do 2º período escolar para estes dias, não percebo porque não somos consultados nesta matéria!
     São os dias da semana que chego mais tarde a casa e por isso os dias mais corridos e stressantes. Detesto chegar de noite a casa, parece que não tenho tempo para nada e deito-me super cansada. Ontem, para ajudar faltou a luz umas 20 vezes e atrasou-me tudo. Os putos estavam de ressaca do primeiro de aulas e acharam que o horário de ir para a cama se mantinha o das férias. Foi birra total para os meter na cama para além de terem inventado mil e uma coisas para atrasar o processo. 
     Seria de esperar que eu ficasse intratável e cheia de neura mas não foi o caso. Foi feito o que deu para fazer, o que não deu faz-se depois. Este ano quero muita paz e muita calma na minha vida. Cansei de viver a vida a correr, de achar que tudo tem de ser feito para estar pronto ontem, que as tarefas domésticas estão acima do tempo que passo com os meus filhos, a ler um livro ou ver uma série/filme. Uma tontisse também achar que tenho de ser eu a fazer tudo porque se não não fica feito à  minha maneira e se não for à minha  maneira não fica bem feito. Já não quero saber, agora todas as tarefas são feitas por todos, mal ou bem todos fazem.
   O João está com uma alergia na pele, lavou-se com outro gel de banho e pronto, ficou logo bexigoso. Já me tinha esquecido que ele é de pele sensível e que faz alergias com facílidade, pouco posso inventar a nível de produtos de higiene ou de lavagem de roupa. Como ele está a crescer pensei que a coisa tivesse amainado mas não. 
     Quanto à Luna, ontem aconteceu-me uma coisa sugeneres. Ela perdeu um lenço meu, daqueles para usar ao pescoço, que eu adorava e que tinha sido prenda do Pedro num aniversário. Perdeu-o no último dia de aulas. Ela já tinha sido avisada que se o lenço não aparecesse no princípio das aulas que iria ficar de castigo. Alguém da turma o encontrou naquele dia fatídico e o levou mas também o perdeu. Enfim! sem comentários. Até aqui tudo normal. Ontem recebo um telefonema na minha hora de almoço, de uma colega dela, a pedir-me para não a pôr de castigo, coitadinha não foi culpa dela, o outro é que perdeu o lenço... fritei a pipoca! Disse calmamente o que tinha a dizer à miúda de 10 anos que se quis fazer passar por conselheira e mediadora entre a buxa da mãe e pobre princesa em apuros. Entre o ela não ter que se meter num assunto que só a nós nos diz respeito e o ela não ter de me telefonar para discutir a educação da minha filha, passando pelo facto de eu não precisar de ser amansada por  ninguém, terminamos o telefonema.
     Quando fui buscar a minha querida filha, tivemos uma conversa onde lhe expliquei o quão estúpido aquilo tinha sido e que ela nem devia ter permitido tal telefonema. Imagino que pelo choro fácil dela e os nervos que lhe estão sempre à flor da pele, numa situação como esta o teatro foi montado e com certeza que as colegas dela devem ter pensado que ela levaria uma tareia e seria fechada na torre do castelo até aos 18 anos. Sim, ela é uma especialista em dramatização e só quem nunca a viu a invergar um desespero tal, digno de shakespeare, é que não consegue entender o que digo. Castigo dado: é a minha sombra lá em casa e faz tudo o que eu fizer, vai virar uma autentica gata borralheira nas próximas 2 semanas. Vai cozinhar, varrer, passar a ferro, estender roupa, dobrar roupa, arrumar o quarto, tudo o que eu faço ela vai aprender a fazer. Lição: responsabilidade e nunca mais se esquecer que quando tem uma coisa que não é dela a atenção e a responsabilidade deve ser dobrada. Perder o que é nosso é mau mas perder o que é dos outros é muito pior. 
   E assim vai o meu começo de ano.

Um comentário:

Raquel disse...

Como foi contigo, só dá para rir. :D Ahahahahah!!!!