quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

23/365

   Ora, se há manhãs difíceis esta foi uma delas.
  O meu filho testa os meus limites ao máximo e hoje fez o meu dia andar num pinote. Quando chegou a hora de ir para a escola, chegou também a pouca vontade que foi ganhando proporções catastróficas. Deu-me a mão e saímos com a frase "vamos para aqui que eu quero falar contigo". Isto já me estava a cheirar a esturro e já sentados num banco na rua me disse que não queria ir para escola porque ia ter muitas saudades minhas. Pois sim, "eu também tenho muitas saudades tuas durante o dia mas temos de trabalhar e ir para a escola, é assim que tem de ser". O resto foi um teatro pegado. Gritava, agarrava-se às árvores, muros e tentava por tudo não avançar naquele caminho que o levava para a morte certa. Já no  meu limite, pois estávamos a dar um espectáculo sem ter cobrado bilhetes, sentei-me de novo e perguntei para quê aquele drama todo só porque não queria ler nem escrever. Lá disse que haviam uns miúdos do 3º ano que lhe batiam e que por isso não queria ir. Preocupada como qualquer boa mãe, fui logo falar com uma das auxiliares para accionar uma estratégia para as coisas ficarem resolvidas. Apesar da promessa de que tudo se resolveria e que iria ainda falar com a professora, ele continuava a fincar pé e a fazer escabeche para não ir. Infelizmente a única maneira foi a professora vir buscá-lo ao recreio e lá foi de mãos dadas com ela. Marcámos reunião para as 16h para resolver o problema dos meninos que lhe batiam.
   Claro que fiquei a destilar preocupação, preocupei o meu marido e já me imaginava a torturar aquelas criaturas de 8 anos que maltratavam o meu tesouro.
   Ás 16h lá estava eu em ponto à porta da sala. Para resumir a conversa: o meu filho vai seguir teatro, de certeza. O acontecimento com os meninos do 3º ano foi no princípio do ano lectivo (tipo à 4 meses atrás) e foi só uma vez. Aconteceu com outras crianças e face às queixas na altura (não do meu, que não disse nada a ninguém) foram logo tomadas as providências necessárias e as coisas ficaram resolvidas. O que ele não queria era mesmo ir para a escola. Normal?! a professora dele, quando já estávamos só as 2, contou-me que com ela eram os 3 filhos do patrão da mãe que a levavam em braços para a escola porque ela fazia exactamente o mesmo show que o meu filho e a mãe dela não conseguia levá-la. Hoje é professora! há esperança!! 
   Já em casa tivemos uma conversa muito séria e ele prometeu nunca mais (sublinhou bastante a parte do nunca) vai fazer isto. 
   E foi assim o meu dia, normal como outro qualquer.
 

Um comentário:

Raquel disse...

Quando, este sábado, depois da habitual pergunta antes do início da ES, - então como foi a vossa semana? - o João disse, como sempre, que detesta ir á escola, o Luis disse muito rápido: o que o João mais gosta na escola é da hora do almoço! LOLOLOL