sexta-feira, 5 de outubro de 2007

minha avó

não me tem apetecido esrever.
não tenho tido vontade de estar no computador.
não tenho tido paciência.
estes dois últimos dias têm sido horriveis.
sinto uma dor no peito... uma tristeza... uma perda que não pode ser reposta.
ela era linda, meiga, cheia de vontade de viver, amava os filhos, os netos, não gostava de dicussões. acreditava que o melhor ainda estava pra vir. por tudo isto era de prever que tivesse uma vida bonita, cheia de coisas boas... mas não...
não casou com o seu grande amor, ficou grávida aos 19 anos de alguém que fugiu quando soube do sucedido. amou aquele bebé de todo o coração e defendeu-o com a própria vida quando o próprio pai a fechou numa arca grande com esperança que abortasse. esse bebé é o meu pai. casou mais tarde com alguém que nunca amou mas sempre tratou bem mesmo quando chegava a casa bebado e era agressivo com ela.
adorava os netos e fazia uma sopa de feijão maravilhosa! aquela sopa era única e agora nunca mais a vou comer... apesar de guardar na memória gustativa cada colherada.
amo-te e apesar de eu ser uma pessoa meio fria sempre to demosntrei. também te disse isso muitas vezes ao ouvido quando me deitava ao teu lado na tua cama e ficavamos as duas a ver televisão.
sinto a tua falta...
sei que eras agarrada à vida e lutas-te até ao fim.
apesar da dor deste corte, acredito, tal como tu, que o melhor ainda está para vir. acredito que um dia te vou ver linda e jovem, sem doenças, sem lágrimas, sem rugas, cheia de felicidade e  etenidade nas veias.
sei que o nosso Paizinho nos virá pra juntar de novo e aí nunca mais vai existir separação.
as flores que não te ofereci hoje ofereci em vida, enquanto pude ouvir o teu obrigado, ver o teu sorriso e o brilho dos teus olhos sempre que te davam um miminho.
amo-te...
até breve...

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