quando éramos 3

sempre fomos 3. não me lembro de sermos 2.

começámos a vida ao contrário. fizemos uma filha, casamos, fizemos um filho, havemos de casar de novo e um dia, quando o ninho estiver mais vazio vamos namorar... namorar muito! namorar tudo o que não namorámos. vamos divertir-nos à grande, sem complexos e sem ter nada a esconder. sem vergonha dos defeitos que já conhecemos tão bem e que aprendemos a viver durante uma vida.

ela sempre esteve aqui, sempre foi parte de nós.

nunca fomos nós sem ela. tenho saudades do que já foi. de como foi sentir a barriga cheia de vida pela 1ª vez. de como todas as fases foram fáceis de passar com ela. ela é a 1ª filha perfeita. é certo que não me preparou para o que vinha a seguir mas também não me fez duvivar das minhas capacidades como mãe de 1ª viagem. que falta que eu sinto dela a caber no meu colo, de como era fácil fazê-la feliz, de a encher de sorrisos.

agora somos 4. estamos completos e as horas não conseguem ser monótonas.

ele é um furacão. de personalidade forte, sem exitações e cheio de certezas. no meio desta tempestade encontramos um menino doce, que adora abraços e dá uns beijos de derreter. quer aprender tudo num só dia e tirando a trapalhada que é a falar aprende tudo com muita facilidade. acho que fala pior porque quer dizer 3 frases numa só palavra!

tenho a sorte de ter 2 filhos que, com personalidades tão diferentes, fervilham em carinho e não fogem dos nossos abraços, dos nossos beijos e procuram o nosso colo. 

nunca fomos 2.

um dia vamos ser.

eu e tu.

com tempo,

sem reservas,

sem receios.

certos que o nossos amor começou pelo fim, somente para vivermos uma vida a caminhar para um princípio.

e no princípio nunca nada acaba, assim como o nosso amor.